Continuando...
"Nem só de medicina deve viver um médico. A tua posição é profundamente ignorante, e em várias dimensões do problema.", diz o Valupi na caixa de comentários deste post.
Pois não, aliás, como dizia Abel Salazar, um médico que só sabe medicina nem medicina sabe. Dá-se o caso que a questão não essa. Tive, de resto, a preocupação de referir que "não consigo abdicar da minha visão médica sobre um assunto de índole essencialmente... médica.". Quanto ao grau de ignorância da minha posição, bom, lamento, não enfio a carapuça porque discordo profundamente do qualificativo.
"Não se resolve o problema da sida com a distribuição de preservativos. Pelo contrário, o seu uso agrava o problema." Esta frase, proferida pelo Papa no avião que ontem o levou do Vaticano aos Camarões, deu o tom à primeira visita de Bento XVI a África (...)" DN de hoje.
Se alguém conhecer uma melhor tradução das palavras de Ratzinger que me informe, por favor, caso contrário mantenho a indignação com que já me referi ao assunto, congruente, recordo, com o que escrevi há uns meses atrás quando voltou à discussão a questão dos grupos de risco na SIDA - "Os grupos de risco, os riscos dos grupos, o riscar dos grupos e assim".
Para terminar sugiro que leiam, além da Palmira, a crónica do Ferreira Fernandes. Termina assim, (...) Há um porém neste raciocínio. E ele não está na conclusão: sim, a sida pararia se, havendo sexo, só fosse no casamento. O porém está no facto de haver sexo fora do casamento e muito. E como é assim, dizer que o preservativo, que diminui a transmissão, não é solução, passa a ser problema. No combate à sida, é isso que o Papa é: problema.
Adenda: Só agora dei por este post. Descanse o Valupi, pois se nem com ele eu comecei "às caralhadas" porquê fazê-lo com Bento Domingues, Vítor Melícias ou Vaz Pinto? Por outro lado, mandar sapatos a quem quer que seja não está nos meus hábitos, acima de tudo acho um desperdício usar assim um objecto que tanto prezo. Ah, e eu no preservativo costumo enfiar outras coisas (ou enfiar o dito noutras coisas) que não a inteligência, manias cá minhas, sei lá.
