Para recordar e não repetir
Já tinha ouvido falar, mas ainda não tinha tido oportunidade de ver o dito. Trata-se, supostamente, de um spot publicitário que pretende demonstrar que a Antena 1 acompanha o ouvinte de forma íntima, personalizada e passo a passo.
"- Ó Rui, não vale a pena ir por aí, está cortada a rua.
- Não acredito, outro acidente, Eduarda?
- Não, é uma manifestação.
- E desta vez é contra quê?
- Pelos visto é contra si, Rui
- SIm, contra mim... [género tá bem, tá, como se isso fosse possível]
- Pois, contra quem quer chegar a horas."
Registo o ar de gozo do ouvinte quando pergunta "E desta vez é contra quê?", o tom assertivo da locutora quando sentencia, ao melhor estilo são-outra-vez-os-maus que, "pelos vistos", a manifestação é contra aquele ouvinte e contra quem quer chegar a horas.
Para ficar pelo mínimo, direi apenas que é lamentável que uma rádio pública se promova despromovendo um dos pilares essenciais do Estado de Direito. Ainda que assim não fosse, admitir-se-ia (ainda que foleiro) o tom intimista da locutora, não se desse o caso de esse tom intimista tocar sem ser de leve algum dirigismo professoral, inadmissível em coisas destas.
Adenda: igualmente lamentável é o aproveitamento político que alguns blogues (os do costume) estão a fazer da situação, "revelando", ao melhor estilo vocês-sabem-do-que-é-que-eu-estou-falar, que a locutora do spot (Eduarda Maio) é autora duma biografia do PM.