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Jogo perigoso na ONU

 

mensagem deste vídeo promocional do Center for Inquiry (CFI)- em que figuram Steven Pinker,Daniel Dennett, Susan Jacoby, Ann Druyan, Laurence M. KraussDamon Linker, E.O. Wilson, Jennifer Michael Hecht, Richard Dawkins, e Paul Kurtz -, é muito simples: promover o uso da razão em todas áreas do pensamento humano, razão que esteve totalmente ausente na quinta-feira numa reunião da ONU...

 

Na passada quinta-feira, o CFI divulgou um comunicado (que vale a pena ler na íntegra) em que condena o texto proposto pelo Paquistão em nome dos Estados islâmicos, aprovado nesse dia no Conselho dos Direitos Humanos da ONU. A resolução em causa condena a difamação da religião e significa que, anacronicamente, a partir de agora, criticar a religião será considerado uma violação dos direitos humanos -  pelo que as reacções indicam, em poucos pontos do globo para além daqueles onde a religião, ou antes a Sharia, já é o único «direito» vigente... 

 

De facto, a resolução execra a «campanha de difamação da religião» levada a cabo pelos media e por «organizações extremistas (?)» que «perpetuam estereótipos acerca de determinadas religiões e pessoas sagradas» (adivinhem quais...) e urge os estados membros da ONU a preverem medidas contra a coisa «nos seus sistemas legais e constitucionais».  Em nome do «diálogo e da diversidade» (?), o texto equipara a crítica do Islão a  discriminação anti-islâmica e, se seguida, impediria, por exemplo, os protestos da comunidade internacional que salvaram o afegão condenado à morte pelo terrível «crime» de apostasia - isto é, converteu-se ao cristianismo - ou aqueles protestos e petições que evitaram e evitam que mais mulheres tenham o destino das adolescentes Atefah Sahaaleh ou Aisho Ibrahim Dhuhulow.

 

Em particular, se em vigor há dois anos, esta resolução impediria a  pressão internacional que obrigou a «secularização» do agora campeão dos direitos humanos, permitindo que  mulheres e crianças (do sexo feminino, claro) se possam queixar em caso (frequente) de violação e não apodreçam na prisão pela ousadia...

 

Brian Trent, no Examiner, tem aquela que até agora é a análise que considero mais lúcida sobre este absurdo e que resume muito bem o que penso:

 

«The precedent here is not merely dangerous; it's psychotic. Religious freedom is not an absolute, and religious fundamentalism has nearly two thousand years of being the most hostile enemy to an enlightened society. The bitter irony is that the UN's resolution was passed under the banner of "tolerance."

 

As I've written before, global society is trying to outgrow its medieval adolescence and has come to accept progressive values of which freedom belongs, of which plurality is kin, of which an informed republic is possible. Information and knowledge, and the power both put in our hands, is the resource of a new enlightenment. Honest dialogue is only possible if the fanatics are removed from the room. What the United Nations has done is not remove the fanatics from the room; it has, instead, allowed them to impose their ideology on the rest of us. And for starting us back down that road, they should be ashamed.»

 

Felizmente, para além dos protestos de praticamente todas as ONGs de defesa dos direitos humanos e associações sortidas como o CFI,  a resolução - aprovada esmagadora e ironicamente por países onde os mais elementares direitos humanos não são reconhecidos - já mereceu o deagrado dos países mais desenvolvidos, em particular a União Europeia. Aliás,  a reacção oficial da UE a esta aberração fundamentalista diz exactamente que a difamação da religião não tem nada a ver com direitos humanos.

 

Assim, parece-me pouco provável que a resolução seja seguida nos países ocidentais, com a excepção quase certa de um estado que se estreará na ratificação de uma resolução com tema direitos humanos

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