Meet Joe the Plumber
Joe the (not) plumber, Samuel Joseph Wurzelbacher de sua graça, foi catapultado a sumidade, política e não só, durante a campanha para as presidenciais nos Estados Unidos devido à pergunta com que confrontou Barack Obama:
«Em breve vou comprar uma empresa que factura entre 250 mil a 280 mil dólares. Com o seu plano de impostos, vou pagar mais, certo?».
Embora o (not) plumber de fama surpreendemente menos efémera que o desejado estivesse completamente errado (e tivesse apenas dívidas fiscais, nem sequer permissão para ser canalizador tinha), John Mccain usou e abusou deste exemplo para «provar» que os pequenos comerciantes iriam pagar mais impostos com Obama.
Mas se as perguntas de Joe surpreendemente lhe propiciaram mais que 15 minutos de fama, as respostas que deu recentemente à Christianity Today, que não se percebe muito bem porque razão resolveu dar lustro ao ego já inflado deste personagem oco e bacoco, são ainda mais surpreendentes:
«Conservatism is about the basic rights of individuals. God created us. As far as the government goes, the Founding Fathers based the Constitution off of Christian values. It goes hand-in-hand. As far as the Republican Party? I felt connected to it because individual freedom should not be legislated by the federal government.»
Por difícil que possa parecer, esta não foi a resposta mais imbecil do ex-não-canalizador. Quando inquirido a debitar o que pensava sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo, Joe agracia-nos com a pérola mais redonda do seu (ir)raciocínio:
«People don't understand the dictionary--it's called queer. Queer means strange and unusual. It's not like a slur, like you would call a white person a honky or something like that. You know, God is pretty explicit in what we're supposed to do--what man and woman are for. Now, at the same time, we're supposed to love everybody and accept people, and preach against the sins. I've had some friends that are actually homosexual. And, I mean, they know where I stand, and they know that I wouldn't have them anywhere near my children.»
O Paulo já dissertou, magnificamente a propósito, sobre os blefes mortais da homofobia, mas creio nunca ter visto o paternalista hipócrita tão bem retratado, em particular na definição bizarra de amizade que envolve ser-se amigo de alguém que nunca se admitiria na vizinhança dos filhos. Mas o que realmente me arrumou foi saber que Joe considera que o seu «sucesso» mediático na campanha de McCain/Palin foi uma «missão» divina, felizmente infrutífera! Mais concretamente, à pergunta:
«How did you react to such public attention after John McCain talked about you in the presidential debate?»
o egomaníaco Joe responde:
«But then I went to bed that night and talked to God for a good, long time. The next morning, I woke up feeling like Superman and I didn't care about what things people said anymore from that day on. They're going to say what they're going to say. They want to tear people down to make themselves feel better. They have their own agendas, and God said, "Well, you know, listen—I set you on a path, and go to it. See what you can do."»

