Em 1876 William Orton, presidente da Western Union, recusou comprar por 100 mil dólares a patente de um jovem escocês de seu nome Alexander Graham Bell argumentando «que utilidade tem para esta companhia um brinquedo eléctrico?».
As abelhas produtoras de mel (honeybees) estão a morrer e ninguém sabe porquê. Embora a maleita tenha chegado a Portugal, aparentemente por cá poucos se preocupam com isso, se o grau de preocupação puder ser aferido pelos nossos media. E este mistério dever-nos-ia preocupar e muito porque se as abelhas desaparecessem a vida na Terra seria seriamente afectada: cerca de cerca de «80% das plantas dependem da polinização e 40% da nossa alimentação depende directamente das abelhas». Ou seja, para além do mais, as abelhas asseguram o sucesso de inúmeras colheitas agrícolas essenciais para a alimentação humana.
A Agência Espacial Americana, divulgou na passada quinta-feira a descoberta de um novo planeta localizado na «zona habitável» da estrela vermelha anã Gliese 581. A notícia tem provocado grande excitação nos media convencionais com grandes parangonas «Descoberto planeta habitável» ou quejandos porque o Gliese 581 G é um planeta pequeno, muito provavelmente rochoso e com uma gravidade na superfície não muito superior à terrestre. Mas especialmente porque, em termos cósmicos, a 20 anos luz da Terra (1 ano-luz=9,5 x 1012 km) fica mesmo ali ao virar da esquina.
No dia 2 de Fevereiro de 2008 morreu um gigante do século XX, Joshua Lederberg, o «pai» da genética microbiana, homenageado com o Nobel quando tinha apenas 33 anos pela sua descoberta de que as bactérias também têm «sexo» - embora sem indícios de que se divirtam no processo, apesar do afinco com que se dedicam à reprodução.
Joshua Lederberg partilhou o Nobel de Medicina em 1958 com George Wells Beadle e Edward Lawrie Tatum «pelo trabalho respeitante a recombinação genética e genética bacteriana». Ao anunciar o prémio, o Instituto Karolinska referiu que Lederberg descobrira que «diferentes tipos de bactérias poderiam ser cruzados para produzir descendentes contendo uma nova combinação de factores genéticos». O processo fora designado por Lederberg «recombinação» no artigo «Gene recombination in E. coli», publicado na edição de 19 de Outubro de 1946 da Nature (artigo em formato pdf).
«Do lentisco verdadeiro de Brotero (Pistacia lentiscus), que se cria pelos mattos e vallados das fazendas, se póde colher a almecega ou mastique que tem uso nas boticas, e na composição dos vernizes. Os habitantes da Ilha de Chio na Grécia são os que aproveitão esta rezina (...) As mulheres do Imperador da Turquia, e dos seus magnates fazem grande uso do mastique para lhes conservar a alvura dos dentes, o bom hallito da boca, e a firmeza das gengivas». João Baptista da Silva Lopes, «Corografia ou memória económica, estatística e topográfica do reino do Algarve», Academia Real das Ciências de Lisboa, 1841.
Mascar os sucessores do mastique grego* é uma actividade que conheceu uma explosão após a II Guerra Mundial - e não apenas nos Estados Unidos-, tendo sido consumidas em 2005 cerca de 100 mil toneladas de pastilha elástica. Tal como as pastilhas elásticas da Idade da Pedra, algumas das quais persistem após 9000 anos, os polímeros base das pastilhas elásticas - análogos às borrachas utilizadas nos pneus - são quasi indestrutíveis e certamente não são biodegradáveis. E 100 mil toneladas correspondem a muitas pastilhas elásticas que terminam os seus dias «decorando» passeios ou os sapatos dos transeuntes um pouco por todo o mundo (excepto, devido a legistação draconiana, em Singapura e em Colónia). Lisboa não escapa a esta praga e, em quatro meses de uma recém lançada campanha, estima-se que tenham sido removidas meio milhão de pastilhas elásticas dos passeios da cidade. Só no Rossio, cerca de 75 mil pastilhas deixaram de ornamentar a praça graças ao trabalho intensivo, durante 13 dias, dos trabalhadores da CML. Embora a Câmara Municipal de Lisboa se proponha lançar uma campanha de sensibilização para o problema, a crer pela experiência alheia, não creio que apelar à boa vontade dos cidadãos resolva este problema peganhento.
Foi lançada em Trancoso há três anos a primeira pedra do Centro de Interpretação da Cultura Judaica Isaac Cardoso. O projecto de Gonçalo Byrne é dedicado ao médico e filósofo que mereceu de Marcelino Menéndez y Pelayo no capítulo II da sua famosa obra «Historia de los heterodoxos españoles»:
«Se excluirmos Bento Espinosa, não há no século XVII judeu de maior conhecimento nem homem de saber mais profundo e alargado que Isaac Cardoso. O seu nome figura lado a lado com os de Gómez Pereyra e Francisco Vallés entre os reformadores da filosofia natural em Espanha».
De facto, o racionalista, por nascimento português (Celorico da Beira, 1615), não agraciou muito tempo solo nacional com a sua presença. Depois de estudar em Salamanca, onde se doutorou em Filosofia e Medicina, ascendeu ao cargo de médico-mor da Corte de Madrid. Como Yosef Hayim Yerushalmi indica no livro «From Spanish Court to Italian Ghetto: Isaac Cardoso», marrano por imposição da coroa portuguesa, sentiu o apelo da religião dos seus antepassados e refugiou-se primeiro em Veneza, a República Sereníssima e livre, e depois em Verona onde professou abertamente o judaísmo.
Neste vídeo podemos apreciar o fundador e editor da revista Skeptic Magazine em grande forma na conferência TED2010, que decorreu entre 9 e 13 de Fevereiro em Long Beach, Califórnia. Os videos estão disponíveis online na página da TED ou no canal Youtube da TED. Nesta conferência, o historiador e divulgador de ciência norte-americano abordou um tema que já desenvolvera na TED2006 e num livro traduzido em português e editado pela Replicação “Por que acreditam as pessoas em coisas estranhas?”. A resposta é simples: embora, estranhamente, alguns representantes das humanidades afirmem que a ciência não tem nada a ver com cultura nem com civilização, acredita-se nestes disparates por falta de uma cultura científica enraizada e generalizada.
Acho adorável o elogio à insustentável leveza deste telemóvel (ou antes, teletransportável) de meados da década de 80, que só pesa 30 onças ou seja cerca de 0,9 kg. Isto, claro, sem o indispensável carregador (a autonomia do Motorola DynaTAC 8000X era muuuuito reduzida, cerca de meia hora de conversação), que pesava 2 kg, ou seja, somava para o conjunto uns levissimos 3 kg. Tudo por uma módica quantia de 4000 dólares.
Mesmo assim, este primeiro hand set foi um enorme progresso em relação aos telefones móveis da altura, destinados a serem usados nos carros. Esta pérola que encontrei no Engadget, que recupera apreciações dos gadgets que faziam furor em 1985, explica porquê com a descrição do que foi um dos primeiros Nokia's, o Mobira Talkman: «They're probably best known for their tires, but lately Finnish industrial conglomerate Nokia's been making a big push into the wireless biz with its Mobira subsidiary (best of luck with that, Nokia!). Mobira just introduced its latest ultraportable cellphone, the Talkman (positively no relation to the Walkman, so don't sue, ok, Sony?); clocking in at a mere 11 pounds (uns meros 5 kg), this bad boy will have you walking and talking in no time.»
Amanhã, no Grande Auditório do Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico, em Lisboa, entre as 14h30 e as 18h30, vamos divulgar e discutir o estado actual do conhecimento sobre a física que rege o Universo em que vivemos (do infinitamente pequeno ao infinitamente grande). A conferência «Fronteiras na Física de Partículas, Astrofísica e Cosmologia» tem um elenco de luxo. Joseph Silk, um dos maiores nomes da Cosmologia actual, conversará sobre «O passado, o presente e o futuro do Universo»; Alan Watson, um dos mentores do Observatório Pierre Auger e um dos mais importantes nomes da astrofísica, vai presentear o público da sessão com a lecture «Searching for Accelerators in the Cosmos». Por fim, Rolf-Dieter Heuer, o director-geral do CERN, onde se estão a realizar experiências sobre a origem do Universo, vai apresentar «The LHC and the early Universe».
Pode seguir este acontecimento ao vivo (das 14h30m-17h30m) bastando para isso abrir o endereço http://193.136.152.227:8080/ no Windows Media Player ou outro aplicativo de streaming vídeo.