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jugular

Anónimos nunca mais!

 © Yad Vashem Archives 5D09

Sabia que o homem que está de pé se chamava Chaim David Halberstam?

"In creating the permanent exhibition for the new Holocaust History Museum, one of the many elements Yad Vashem sought to introduce was the emphasis on the fate of the individual during the Holocaust. Identifying the men, women and children who appear in the photographic display restores names and identities to unknown faces, thereby rescuing them from anonymity. Since the new Museum was inaugurated in 2005, survivors and individuals have come forward and identified themselves, their relatives and acquaintances in the photographs on display. "Anonymous No Longer" presents the names of those who have been identified since the opening of the new Museum in 2005."

in  Yad Vashem Newsletter No. 15,  January 2010

Dia da Memória das vítimas do Holocausto - III

De acordo com arquivos do Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, antigo KGB) ,  o número de pessoas exterminadas em Auschwitz-Birkenau pode ser muito maior do que se estimava até agora.

 

«A comissão extraordinária que interrogou testemunhas e carrascos chegou à conclusão de que em Auschwitz morreram mais de quatro milhões de pessoas», afirmou ontem à agência de notícias Interfax o historiador russo Vladimir Makarov, do Arquivo Central do FSB.  

 

Dos arquivos faz parte o testemunho de um prisioneiro polaco, Anton Honkish, que trabalhou na construção de Auschwitz. Honkish afirmou que «no campo  foram exterminados pelo menos seis milhões de pessoas, incluindo crianças, mulheres e idosos».

Dia da Memória das vítimas do Holocausto - II

«Block der Frauen», Berlim, 1995, uma homenagem às mulheres da Rua da Rosa da escultora Ingeborg Hunzinger.

No início de 1943 Goebbels reuniu cerca de 2 000 judeus, maridos e filhos de arianas, num edíficio na Rosenstrasse, de onde seriam deportados para campos de concentração. Durante uma semana as esposas suportaram o frio e as ameaças da Gestapo na Rua da Rosa gritando «Queremos os nossos maridos de volta». Foi a única manifestação na Alemanha nazi em prol dos judeus.

Os maridos judeus foram libertados com a aprovação de Hitler, inclusive 25 que já tinham sido enviados para Auschwitz. Não houve qualquer tipo de represálias sobre as manifestantes ou sobre as suas famílias. No fim da guerra, a esmagadora maioria dos sobreviventes judeus na Alemanha eram membros de casais mistos, que foram protegidos pela determinação e coragem de uns milhares de esposas dedicadas.

Auschwitz

Auschwitz II-Birkenau 

© ana vidigal

 

Em 27 de Janeiro, decorrem sessenta e cinco anos da libertação, pelos soviéticos, do campo de concentração e de extermínio nazi de Auschwitz, na Polónia. Além de se ter tratado de um campo de extermínio, onde foram massacrados, pelos nazis, mais de um milhão e meio de homens, mulheres e crianças, na sua maioria judeus, e também, ciganos, prisioneiros de guerra russos, polacos e presos políticos, o nome de Auschwitz é hoje um símbolo de uma dos maiores crimes cometidos contra a humanidade. É um nome que acaba por recobrir, não só, como se verá, Auschwitz-Birkenau, como todos os outros cinco campos de extermínio, de Majdanek, Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka, todos situados na Polónia ocupada pela Alemanha nazi.
Só neste último campo, um imenso cemitério escondido no meio de belíssimas árvores, depois de os nazis reflorestarem a zona para esconder o crime, estes e os seus cúmplices assassinaram mais de 800.000 judeus, entre Junho de 1942 e Agosto de 1943. Este massacre incluiu-se no âmbito da «operação Reinhard», nome de código do plano alemão para assassinar os judeus que residiam na parte da Polónia ocupada mas não directamente anexada pela Alemanha. No âmbito dessa «operação», os nazis mataram, entre Março de 1942 e Novembro de 1943, mais de 1 milhão e meio de judeus só nos últimos quatro campos de extermínio. No total, estima-se que foram assassinados na Polónia cerca de 2.9 milhões de judeus; ou seja, cerca de metade do número do total judeus mortos no Holocausto. O crime foi de tal envergadura que Auschwitz ficou como paradigma e símbolo do horror, do que seres humanos são capazes de fazer a outros seres humanos.

 

Nos 65 anos da libertação de Auschwitz, etapas que conduziram ao Holocausto

 

A historiografia mais recente sobre o Holocausto nazi considera que o mecanismo desse terrível acontecimento, enraizado num anti-semitismo biológico, procedeu por etapas, num processo em espiral de radicalização imparável. Ou seja, o regime hitleriano terá começado por definir a figura dos judeus e proceder ao boicote ao comércio judeu, em 1 de Abril de 1933, prosseguindo depois com a criação de legislação de exclusão dos judeus das profissões liberais e da função pública. Posteriormente, o regime nacional-socialista atribuiu um estatuto diferente aos judeus, através das leis de Nuremberga, em 1935, e veio então a expropriação e a «arianização» do património dos judeus, iniciada na «Noite de Cristal» de Novembro de 1938. Paralela ou posteriormente à “emigração”/expulsão do território alemão dos judeus, consoantes os territórios, os judeus foram sendo concentrados, enclausurados e isolados em guetos.
O historiador Robert Browning mostrou que o processo pelo qual, num período de 25 meses, entre Setembro de 1939 e Outubro de 1941, o regime nazi chegou ao extermínio de todos os judeus europeus sob domínio alemão, passou por duas políticas distintas: a reinstalação e a guetização. A chamada «questão judaica» deveria ser solucionada, segundo os dirigentes nazis e em particular Himmler, reinstalando os judeus a leste da Europa, através de expulsões forçadas e, concomitantemente, da dizimação dessas populações. Primeiro, Himmler encarou expulsar essas populações judaicas para o distrito de Lublin na Polónia e depois para a ilha de Madagáscar. O segundo processo foi a guetização dos judeus, “solução” essa que emergiu como resposta improvisada da parte das autoridades alemãs ocupantes locais, até que tivesse lugar a reinstalação final, planificada a nível dos mais altos escalões do governo nazi. Depois da «guetaziação», ocorreu a deportação dos judeus para os campos da morte e o assassínio em massa dos judeus. A política anti-semita teve, assim, um carácter cumulativo, por etapas, progredindo desde a discriminação profissional até ao extermínio.
 

 

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