Tempo de fado. Não um fado qualquer. Este, o do libanês Rabih Abou-Khalil, que decidiu fazer um disco Em Português, usando composições suas e sem saber uma palavra da língua. A voz é de Ricardo Ribeiro, forte, sonante e de timbre perfeito. O resultado é curioso e muito interessante, sem deixar de causar estranheza a quem tem o cânone Amália bem entranhado. Mas música, para mim, é (também) isto, composta de mudança e tomando sempre novas qualidades.
Tomás San Miguel, pianista e compositor basco. Descobri-o há uns anos, numa blind buy. Só soube há pouco que esteve em Portugal em 2007. É mais conhecido pelos seus trabalhos com um curioso instrumento de percussão tradicional da sua região natal chamado txalaparta. Mas cá o je prefere, sem dúvida, os trabalhos e composições em parceria com o saxofonista Jorge Pardo. Não é jazz. Para mim, é bem melhor que isso. É um projecto chamado Vida en Catedrales, onde se integra este De Dos En Dos.
The Irish are the blacks of Europe. Dubliners are the blacks of Ireland. North Dubliners are the blacks of Dublin. É tempo de Soul. Soul irlandês. Uma banda sonora magnífica, um filme delicioso sobre um grupo de putos de Dublin que forma uma banda de Soul. Um filme com 113 minutos onde a palavra fuck é proferida 145 vezes. O vocalista do vozeirão tinha apenas 16 anos. A banda ainda existe e faz concertos, com ocasional participação de alguns membros da formação original. Ladies and gentlemen, The Commitments!
Música berbere e celta. Coisa de fusão, mestiça ou o que quiserem. Nunca fui purista na música, sempre gostei de misturas, há-as boas, más e excelentes. Esta é vintage, para mim. Um grupo de músicos que mistura as raízes célticas da Bretanha com as ligações à Argélia. Instrumentos a condizer. Uma surpresa, um espanto. Dois álbuns até ao momento, este, Kabily-Touseg, e o seguinte, Penn ar Bled. Têm página na net, aqui. E há umas coisas no Youtube e nos sítios do costume, por exemplo, aqui. Voilá. Enjoy.
Tinha que começar por este. Música do século XVII, italiana, portuguesa, castelhana e sul-americana. Danças e negrillos. A dificuldade está na escolha. Precioso. Aguardo sempre o próximo L'Arpeggiata como se de pãezinhos quentes se tratasse. É coisa que atiro aos olhos (ou ouvidos, mais propriamente) a quem torce o nariz perante o rótulo século XVII ou música erudita. O último é o Teatro d'Amore, com músicas de Monteverdi. O grupo tem página aqui e MySpace aqui. Virão a Portugal em Setembro. Hooray!