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(roubado no FB à Marta Chantal)
que moldes defendes tu para a visita de um Papa a Portugal (partindo do princípio que admites a possibilidade de uma visita). Que exiges a Bento XVI? Que faça discursos laicos de fato e gravata? Que negue a Verdade de Cristo como absoluta perante não-crentes? Que prescinda da influência que tem sobre milhares e milhares de portugueses? E ao Estado? Que, nessa impossibilidade, confine o Papa (e a mensagem religiosa) aos templos e reuniões de católicos, impedindo-o de comunicar com a sociedade em geral? Que proíba a realização de uma missa no Terreiro do Paço? A sério, tal como tu cidadã, tenho muita curiosidade* em saber como seria se te competisse decidir, nesta matéria, em nome dos portugueses.
Em Portugal, a Igreja - hierarquia e crentes - propõe (já agora, é quando diz "a visita, que agora inicio sob o signo da esperança, pretende ser uma proposta de sabedoria e de missão" que o Papa te impõe a salvação?) e defende as suas posições (na IGV, na recente lei do divórcio, no CPMS perdeu). Deveria estar impedida de o fazer? Diz-me. A laicidade pede-se - exige-se - ao Estado, é o que eu defendo, convictamente. Mas também me parece que o Estado só é verdadeiramente laico quando convive sem dramas nem fobias com a manifestação religiosa.
*em resultado disto, e disto, e disto e disto e disto
"O sofrimento da Igreja vem do interior da Igreja, dos pecados que existem na Igreja. Considero isso algo verdadeiramente aterrador. A maior perseguição à Igreja não vem dos inimigos do exterior mas nasce, sim, dos pecados da Igreja. Existe a grande necessidade de se cumprir a penitência, de aceitar a purificação, de forma a procurar o perdão mas também a justiça. O perdão não exclui a justiça".
Bento XVI (sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica)
Um texto a ler na íntegra.
They are gods (Olha, não escolheram o Messi)
e com banda sonora à altura. Parabéns, Roger.
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta
Como puro início
Como tempo novo
Sem mancha nem vício
Como a voz do mar
Interior de um povo
Como página em branco
Onde o poema emerge
Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação
Poema 'Revolução', Sophia de Mello Breyner Andresen
por Valupi. Muito bom.
Um excerto: "Aqueles que consideram mais graves os casos ocorridos na Igreja do que numa instituição secular, ou na família, passam por entre as gotas da chuva porque não são obrigados a justificar a sua indignação selectiva. É que para se atribuir maior gravidade tem de se outorgar maior responsabilidade – e qual seria ela, uma responsabilidade religiosa?… Qualquer vítima de um membro, ou grupo, da Igreja Católica pode apresentar queixa às autoridades civis. O Estado fornece todos os meios para fazer valer os direitos dos cidadãos. O poder secular esmaga o poder religioso. Todavia, se a Igreja não é mais do que qualquer outra entidade cívica, também não será menos. A sua cultura deve ser respeitada, tal como se respeitaria uma tribo nativa por se reconhecerem as suas especificidade e determinantes étnicas. Com a Igreja não é diferente, pois se rege por princípios irredutíveis à racionalização contemporânea. E se a virmos como um Estado entre outros Estados, então teremos de levar essa lógica até ao fim e admitir a sua soberania e o direito à autodeterminação. A retórica inflamada contra o Vaticano, esquecendo a antropologia e a História, é combate ideológico oportunista, simulacro de justiça."
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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The times they are a-changin’. Como sempre …
De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
De acordo, muito bem escrito.
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aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...