A luxúria da inteligência
O Nome da Rosa foi o livro que apresentou Umberto Eco a muitos da minha geração, e eu não fui exceção. Teria uns 17/18 anos quando foi publicada a tradução portuguesa, ainda estava na (maravilhosa e saudosa) fase da leitura compulsiva, não largava um livro até que o acabasse e este foi devorado (eheh felizmente não tinha um Jorge de Burgos por perto e os envenenamentos não acontecem em "devorações" não literais).
Como aconteceu com vários livros de Eco posteriormente, voltei a ele várias vezes. Dessas revisitações do Nome da Rosa há uma de que guardo especial recordação, foi quando acompanhei a leitura tendo à mão o Histoire intellectuelle de l'Occident médiéval de Jacques Paul e abençoei muito quem inventou os índices onomásticos. Foi um exercício particularmente curioso porque para um não erudito há uma série de ínfimos pormenores que passam ao lado e quando os descobrimos, ou nos são mostrados, a diversão da leitura aumenta exponencialmente (é como ver o Schrek e descobrir as piscadelas de olho à história do cinema). Se um dia o puderem fazer, recomendo. Adiante...
Sei que toda a gente me chateia por causa da francofonia mas, paciência, esta conversa de 1982 merece. Amusez vous bien com a "luxúria da inteligência".