Aos bocadinhos vai-se fazendo caminho
Há pouco mais de um ano 3 "putos" (eles sabem que não é paternalismo, é uma picardia cá nossa) resolveram criar um espaço online de "contabilização" - só contabilização, sem análise - da visibilidade feminina nos espaços públicos de poder. Fui desafiada por eles para fazer parte do projeto e acabei, sem grande justiça, por ser considerada parte do núcleo fundador do #MulherNãoEntra (entretanto, há uns tempos, alargámos a coisa e já somos quase o dobro).
O ano passado, por esta altura, o panorama mediático - de "previsões", "análises do ano que passou", etc, etc. - era rigorosamente o mesmo, uma quase absoluta ausência de mulheres, mas, e ao contrário do que acontece agora, quase ninguém falava no assunto (fora da academia e do mundo ativista). Porque a excessiva modéstia me irrita, parece-me que o MNE não será totalmente alheio a uma mais apurada consciência da profunda desigualdade de representatividade.
Ao Filipe, ao David e ao Gonçalo um grande obrigada, portantus...