Difícil de entender que polémica pode haver na coexistência de soluções alternativas dentro do pensamento orçamental do PS.
É que uma coisa é encontrar soluções dentro do enquadramento atual europeu – respeitando as regras em vigor. Soluções imaginativas, que mudam a lógica e a perspetiva com que se encara o problema orçamental não sendo logo à partida contraproducentes, como acontece com a proposta de austeridade permanente protagonizada e acerrimamente defendida pelo PSD/CDS.
Outra coisa diferente é continuar a afirmar que as atuais regras europeias apenas permitem respostas sub-ótimas: a insistência num diagnóstico errado do problema original gera uma lógica divisionista entre países e custos sociais e económicos muito superiores ao que seria necessário.
Agora, lutar por um diagnóstico correto, que permita enquadramentos institucionais diferentes na Europa, não isenta ninguém de apresentar soluções para o problema que existe hoje, neste enquadramento específico atual.
Assim, é tão irresponsável acreditar que se pode ir unilateralmente contra a Europa, como crer que os 130% de dívida sobre o PIB serão algum dia reduzidos pela austeridade permanente.
Responsabilidade é lutar, sim, mas nunca esquecendo o aqui e agora.