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Educação em Portugal, essa tragéééédia da democracia

Na Visão de hoje faz-se a comparação 1974/2014. Entre outros campos cotejam-se números na educação. 40 anos de democracia e a diferença é avassaladora, é mesmo outro mundo.

7 comentários

Odisseia na Internet 16.04.2014

Isso não é o resultado do fim do fascismo, é o resultado do estabelecimento da pós-modernidade em Portugal. Esses são os números normais na civilização ocidental. Portugal não inventou nada em matéria de educação, apenas seguiu a França e a Inglaterra.
Pedro 17.04.2014

"Esses são os números normais na civilização ocidental."

O Carlos descobriu a pólvora, deve ser bom em ciências... números normais em civilização ocidental, quer dizer números normais em democracia, não no facismo não é?...
Odisseia na Internet 18.04.2014

Estude um pouco de História e um pouco de Filosofia. É isso que lhe falta para ver melhor. Ou compre uns óculos...

Miguel 16.04.2014

Os progressos são assinaláveis, mas ainda há muito a percorrer.
Para os que advogam a velha guarda, penso que seria interessante saber se a literacia corresponde a uma literacia funcional. E como se pode comparar o nível de conhecimentos de um aluno do 9º ano hoje com os conhecimentos de um aluno do 9º ano antes de 1974, bem como os níveis de indisciplina nas escolas "antigas" os níveis de indisciplina percepcionados nas escolas hoje.

É esse tipo de distorção que parece afectar a percepção das pessoas e inflamar as discussões. Ninguém quer "regressar" aos níveis de literacia antes de Salazar. O que se pretenderia era o melhor dos dois mundos - universalidade do ensino, mas qualidade efectiva desse mesmo ensino e dos formandos.

Se calhar, são simplesmente duas coisas incompatíveis porque a sociedade como um todo mudou.
Pedro 17.04.2014

"qualidade efectiva desse mesmo ensino"

E esta qualidade pertencia a que mundo?
Miguel 17.04.2014

"No meu tempo" (e já depois do 25 de Abril) tenho a percepção que a qualidade do ensino era melhor. Os conteúdos mais interessantes e melhor estruturados e havia ordem nas salas de aula. Essa percepção (acompanhada de experiência no terreno), tem-se vindo a deteriorar, e penso que é isso que está em causa. Como consequência, um aluno com o mesmo grau sabe coisas muito diferentes hoje em dia e tem lacunas em outras. Parece-me que a sociedade (por via da tecnologia também) se tem vindo a modificar como um todo, os valores são diferentes. E esse choque de valores inflama e distorce as discussões e promove o típico sentimento de "antes é que era, as pessoas sabiam mais". Este sentimento parece-me universal a qualquer época. Uma pessoa que tenha feito a escola em 1960 acha que a de 1980 foi má. Uma pessoa que tenha feito em 1980 acha que a de 2000 é má, etc. Porque os valores e conteúdos mudam, logo os conteúdos que "são importantes" as novas gerações não os trazem na ponta da língua, logo "não sabem nada".

Como se traz este quadro mental enraizado, ele distorce sempre a nossa percepção sobre a real qualidade do ensino, e anseia-se sempre por um "ensino melhor do passado" seja em que época for. E é muito difícil discutir seja o que for havendo esta permanente percepção de degradação na equação, porque ela não é tida em conta em nenhum estudo, não é feita nenhuma "correcção" com base nisso.

Um aluno do quarto ano no tempo de Salazar tinha de saber os rios, serras, reis de Portugal, etc, de cor. Um aluno hoje em dia mesmo no 9º ano se calhar não sabe nada disso ou muito pouco. É um conteúdo relevante? Está previsto no programa? Se calhar não. Mas para quem aprendeu segundo essa bitola, ver os jovens de hoje em dia sem esse conhecimento contribui para essa percepção. Como é óbvio essa pessoa não irá valorizar esse aluno do 9º ano nem acreditar neste estudo porque diz "que raio de 9º ano é este em que os alunos não sabem nada?". Este tipo de assimetrias ao nível dos conteúdos são difíceis de esbater e uniformizar.
uio 18.04.2014

Pode fazer um teste: pegue num livro em inglês que tivesse lido quando acabou o antigo 11º, em 1974 e empreste-o a um aluno que tenha acabado o 11º ano o ano passado.
Sente-se e chore, se o resultado for idêntico ao que obtive.

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