Escolher um texto do João, entre tantos tão bons, não foi fácil
PIIGS versus FUKD: dilemas do pensamento económico provinciano
É a situação financeira portuguesa comparável à da Grécia? Mais do que responder-lhe directamente – não é –, importa compreender que ambas, e também as da Espanha, da Irlanda e da Itália, têm causas comuns. Nesse sentido, tendo em conta o peso conjunto dos países envolvidos, não estamos perante um problema português, estamos perante um problema europeu.
Nas origens da presente situação encontra se o desenho do sistema monetário europeu, cujas deficiências são hoje quase universalmente reconhecidas. Mas, se o consenso crítico é novo, não o são as objecções, expressas a tempo e horas por muitos e reputados economistas, com destaque para os norte americanos Robert Mundell e Paul Krugman e, entre nós, para João Ferreira do Amaral. Sustentavam eles, já então, que as disparidades entre os diversos países componentes da zona euro ameaçavam criar mais e não menos instabilidade monetária e financeira.
A essas críticas responderam na altura os políticos do velho continente e a Comissão Europeia com uma mão cheia de estudos argumentando que o euro traria substanciais ganhos de crescimento, comércio externo e emprego.
As dificuldades desde muito cedo experimentadas por Portugal deveriam ter funcionado como sinal de alerta. Em vez disso, recorreu se a justificações ad hoc de carácter predominantemente moralista, tendentes a culpar o comportamento supostamente irresponsável dos consumidores e do Estado (...)
o resto pode ser lido no Le Monde Diplomatique