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Falta de vergonha na cara

Ou será que é uma projecção? É que se alguém faz "da mendicidade uma forma de vida" é a própria. Não que me admire das barbaridades e das incongruência da Isabel Jonet, mas não deixo de me ofender.

18 comentários

PRB 12.09.2014

Se isto foi tudo o que IJ disse, não percebo a indignação. Que há em Portugal (como em todo o lado) quem viva da mendicidade quando podia estar a fazer outra coisa é evidente. Todos conhecemos casos.
Outra coisa seria tentar qualificar mais a informação ("a maioria dos pobres", ou coisa do género). Mas pela capa que mostra não vejo que tenha tentado isso. Porquê falar então em "falta de vergonha"?
Ana Matos Pires 12.09.2014

Em podendo faço-lhe um desenho a cores
PRB 13.09.2014

Não precisa. A forma como respondeu é ela própria um desenho. Um auto-retrato.
Ana Matos Pires 13.09.2014

Gosto de pessoas cognitivamente capazes
PRB 13.09.2014

Já vi que sim. E usa os seus posts como uma espécie de "litmus test". Quem lê e não concorda, ou mesmo quem tem dúvidas, é cognitivamente incapaz. E assim se poupa o tempo e a chatice de falar das coisas. É um método.
Ana Matos Pires 13.09.2014

De todo, veja o seu exemplo: não concorda comigo e acho-o(a) cognitivamente capaz
PRB 13.09.2014

E o pior é que aqui é mesmo capaz de se tratar de incapacidade cognitiva, porque não consigo mesmo ver onde está a "falta de vergonha na cara" da IJ.

Parece-me que das duas, uma: ou "modo de vida" significa literalmente isso, e a frase é completamente inane (porque a pobreza é sempre o modo de vida de quem é pobre); ou IJ usa "modo de vida" com um significado próximo do de "escolha". Neste caso, a frase é uma tentativa (tosca, como de costume com IJ) de constatar uma evidência: há pobres cuja pobreza se deve, pelo menos em parte, a factores sob o controlo dos próprios. Não serão todos os pobres, nem sequer a maioria, mas existem, e todos conheçemos alguns. É assim tão monstruoso dizê-lo? Lamento se a minha abordagem parece argumentativa, mas não era de todo essa a intenção.
Ana Matos Pires 13.09.2014

Vou fazer uma viagem agora, logo volto aqui com mais tempo para lhe responder.

Ana Costa 12.09.2014

Desculpe, mas não é verdade?? basta andar pelo Metro de Lisboa e por outros locais e perceber que infelizmente há pessoas que se tornaram profissonais da pedinchisse, com os seus locais de trabalho bem definidos e ai de quem os queira ocupar.
E sim, há cada vez mais pessoas com necessidades reais, não tenho quaisquer dúvidas.
Constata-se, uma vez mais, que o Jornal e outros meios de comunicação resolvem pegar naquilo que é mais polémico.
Enfim...
Ana Matos Pires 12.09.2014

Cf post supra, do Paulo Pinto

Niamey 12.09.2014

Lamento, estando aqui, mas até a fase de lhe apontar "esperteza saloia" já ultrapassei. Jonet é a tipa mais eficaz de que tenho conhecimento neste país. Levanta-se, vomita e passados minutos é a figura com maior projeção nacional, como uma tipa do star system, se fizesse dieta daria mortais na California. Pode dizer-se que o tony carreira também se projeta mas esta curte bastante mais e sem fazer a ponta de um corno já que a logística é outro departamento. e raios ma partam se eu não devo admirar uma tipa assim e convidá-la para jogar sueca (se viesse da california quem sabe).
Para aquilo que precisa, é competente, não há nada a reclamar.
Fazer dela uma cena viral e de culto é que me parece excessivo e prova (nada que não se saiba) que o correio da manhã rules. Antigamente eu percebia a importância de manifestar indignação...mas passei a sentir isso como uma mera provocação para que jonet não pare de dizer trampa e "nos anime". Ela sabe disso, as "nossas indignações" são a arma dela. Arma categoria morteiro. Pena ter aquelas pernas....e o cabelo lambido credo.
Ana Matos Pires 12.09.2014

O cabelo lambido é do pior, sim

cristof 12.09.2014

não sei quem indica o responsavel do BAlimentar, mas após tanta bacorada já deviam ter reparado que a Sra tem muito boa vontade mas não tem o minimo sentido do ridiculo.
Com assuntos importantes para se preocupar = como valorizar e racionalizar as dadivas e trabalho dos voluntarios, campo em que Entreajuda poderá ter um papel de lider, vem com baboseiras destas que a diminuem nitidamente. Pena que com ela tambem a BA saia mal.
Niamey 13.09.2014

"Nada belisca o banco alimentar" como se topa logo plos salvadores de jonet nesta caixa de comentários. Não há meio de se perceber que nada belisca o BA, senhores?! Grande parte das pessoas neste país sente como certo o que jonet diz. No meio disto tudo, as indignações e o sentir de ofensa são raros mas, continuo na minha, acabam por servir jonet e o BA(a mesmissima coisa sem tirar nem pôr) com grande destaque. E há um culto de personalidade desmedido, passo o pleonasmo. Jonet não é uma pessoa, é um state of mind muito caracteristico do país.
Até eu que rejeito o tempo de antena que se lhe dá, para o mal e para o "bem", dou por mim a auto-agoniar-me em comentários para sossegar os nervos com uma tipa gorda que não lava a cabeça. argh.
cristof 13.09.2014

Gosto de ter opinião, mas gosto ainda mais de escutar opiniões diferentes da minha, com que aprendo por vezes muito. limitar essa possibilidade é empobrecer o espirito. Esta Sra perde vezes de mais a oportunidade de estar calada ou tratar de assuntos bem importantes; e é pena porque o trabalho do BA é impar, unico e um modelo de eficiencia e gestão dos recursos formidavel. Que poderia ser modelo e seguido por muitas ong que correm para aquecer ou "autoestima" propria ou cretinice e com desperdicio de recursos que nem chegam a quem precisa. Devia ser seguido e aí aSr Jonet fazia um bom trabalho em aproveitar a sua facilidade de acesso aos media para esse esforço; opta por dizer trivialidades que se devem manter na conversa da chacha ou no correio da manhâ, e nunca por um responsavel do BA.
Niamey 13.09.2014

Novo comentário inglório: sim, não terei uma palavra muito mais simpática para outras ongs e também sei que não há nada no meu sentimento, baseado em observação sistemática dessas realidades, que "belisque" a crença dos demais e tb a do cristof.
Não é uma opinião e muito menos "belisca o BA". De vez em quando escrevo para não ter glória, é um treino de vida.
Sei é que ao longo de anos, (des)gastei e perdi kilómetros de prosa e prosápia escrita e falada e irritada sobre esta matéria e nada belisca seja o que for quando se fala em "ajuda humanitária", uma vaca sagrada. Tb deixei de ter a ambição de disparar contra vacas sagradas a não ser para me entreter na falta de glória, deve ser uma vaidade como outra qualquer.
Não vale a pena o cansaço quando a imagem que genericamente se tem do BA é idealizada, a de uns benfeitores e ainda por cima "seriam capazes de prestar apoio a outras ongs??" Não. Não são capazes e nem poderiam comprometer o lucro. E tb não se comovem pq esse é o segredo do lucro.
A Jonet está à vista, os outros estão nas estruturas. Não me lembro de alguma vez ter experimentado um melhor sentimento perto da estrutura. São, esses sim, os dulcissimos profissionais da pobreza que existem sempre pq não deixam outra hipótese. Não o são sozinhos, tem apoio para parasitarem a miséria alheia. Tal como Jonet, não exigem um Estado Social forte que previna o mais possível essa miséria, antes plo contrário.
Tenho de voltar a dizer que o meu comentário, pouco fundamentado porque inutilmente "já dei para esse peditório", não é uma opinião nem será uma opinião. Com este meu milionésimo comment sobre o assunto, tb já sei do seu efeito contrário: dar ainda mais visibilidade ao ba que é feito da mesma massa que jonet. Nada vai mudar e passa a ser libertador quando se percebe que não há nada a fazer. É inglório, podemos passar a outro assunto. Se voltarmos a este é por desporto. Portanto, hoje o comentário é sobre mim, uma triste vaidade como outra qualquer.
Como de costume, deixo sempre o mesmo texto em link, texto que não subscrevo na íntegra (o último parágrafo sobretudo) mas que explica muito bem o esquema....ainda assim, um texto semi-crédulo em intenções que de bom nada têm mas um texto de onde tiro sempre a ideia de que pouco ou nada beliscará o banco alimentar. Lê-lo ou não lê-lo vai dar ao mesmo, nada belisca o ba.

http://bancocorrido.blogspot.pt/2012/11/o-core-business-do-banco-alimentar-e.html
Niamey 13.09.2014

...o que há a tratar por cá, claro, é apenas do Estado Social mas de preferência sem fazer estes desvios inglórios, como voltou a ser o caso.

cf 15.09.2014

Ler tabloides tem os seus perigos - embora seja elucidativo dos hábitos de leitura.
A Dra. Isabel Jonet declarou que “em Portugal há aquilo a que chamamos a transmissão intergeracional da pobreza e temos que quebrar essa transmissão”.

É uma declaração a que deve ser prestada toda a atenção ( já que nem todos podemos dar umas massas - de dinheiro público - aos amigos em necessidades, prevaricando, se necessário).
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