ficção nuclear
Gostava de dar um recado aos responsáveis do programa NXT, da TVI 24: caros(as) senhores(as), não sei de que orçamento dispõem, deve ser baixo, deve ser miserável, eu commpreendo. Mas se é para passarem só bonecos, se calhar não se justifica o programa existir. Pior, se é para induzirem os espetadores em erro com traduções absurdas, é pior ainda: não apenas não serve para nada como ainda enganam as pessoas. Falo do programa que passou há meia hora, hoje.
Não, não estou a falar de português correto, elegante ou literário. Esse, que desapareceu das televisões e está em extinção na imprensa e nas crónicas, não se espera que faça a sua aparição num programa sobre ciência. Estou a falar de vocabulário científico básico. Vejam lá que até eu, um das "Humanidades" pouco acima de grunho em matérias científicas (as genuínas), dei por ela. O vosso tradutor, que deve formação idêntica à minha, não. Bah tudo tretas, qué quisso interessa, para quem é, marcha tudo, não é? É mais ou menos isso, a gente sabe.
Falo da diferença entre fusão e fissão. Agora faço de conta que tendes todos 4 anos. "Nuclear fusion" é "fusão nuclear", não "fissão nuclear"; a primeira é o possível e várias vezes anunciado El Dorado do futuro da Humanidade em termos energéticos (a frio, a quente ou a morno); a segunda (a cisão do átomo) é "energia nuclear", mas também Chernobyl, Hiroxima, The Day After. Passar minutos a ouvir cientistas a falar das esperanças da nuclear fusion mas lê-los a anunciar as maravilhas anunciadas da fissão nuclear é um crime de lesa ciência neste país onde, ehr, não se pode dizer que a cultura científica impere. Se os vossos "programas de divulgação da ciência" servem para meter mais confusão na cabeça das pessoas, oh porra, então limitem-se ao que sabem fazer, que são reality shows.