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jugular

les uns et les autres

A imprensa noticia que Isabel Jonet diz que há "profissionais da pobreza" em Portugal, aqueles que fazem da mendicidade um modo de vida. Deduzo, portanto, que há gente em Portugal que se aproveita abusivamente da sua situação (de pobres) não de forma amadora, mas profissional, mendigando para... bem, para sobreviver à custa dos outros, presumo eu. As pessoas não perceberam bem o impacto da denúncia. É que no dia em que a pobreza passar a ser amadora e a mendicidade, um mero hobbie para quebrar o tédio de velhos e desempregados ociosos e bocejantes, de que irá Jonet falar? Do tempo? Da novela das oito? de tricas e mexericos ou da caspa do Ronaldo? Só pode.

Eu há muito que oiço que "as pessoas querem é emprego,  não trabalho" e que "só não trabalha quem não quer", até de pessoas que me são muito próximas (curiosamente, muito caladinhas nestes últimos anos). E lembro-me de, nos meus tempos de estudante, ter apanhado umas quantas referências  - ou seja, denúncias - em fontes históricas, não sei se da crise do século XIV, se de outro momento histórico socialmente aflitivo, a rores de gente que mendigava à porta das igrejas em vez de cultivar os campos ao abandono. Já nessa altura havia profissionais desses. E, consequentemente, há Jonets em todas as épocas.

Confesso que há uma coisa que me faz mais impressão, mas deve ser defeito meu, que sou casca-grossa a quem falta a fina sensibilidade social jonetiana: é a proliferação dos "profissionais da riqueza", aqueles que fazem da espoliação um modo de vida e que se aproveitam da sua situação (de ricos) para... enriquecer ainda mais, e à custa dos outros. Mas pronto. No dia em que deixarem de existir, calar-me-ei, calar-nos-emos todos e passaremos a falar do tempo, da novela das oito e tal.

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