O medo e a vergonha - sobretudo a vergonha - são portentosos
Há dias de consulta absolutamente lixados, daqueles em que nos confrontamos com o que de pior um ser humano tem. Ouvir a história de vida de uma mulher batida e humilhada durante quase duas décadas não me deixa, nunca me deixará, indiferente. E não é uma mulher sem recursos económicos, intelectuais ou afectivos, mas nada disso foi suficiente para a proteger da teia em que se viu envolvida e para a qual, como me disse, "contribuiu e pactuou". Puta que pariu os psicopatas narcísicos e sádicos.