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“Podia ser muitíssimo pior...", pelo Carlos Cortes

Foi assim que o Ministro da Saúde se referiu ao atual estado da Saúde.
Há afirmações que ofendem. De tão levianas, tão irrefletidas e tão desrespeitosas para com os doentes e os médicos.

No estudo do ISCTE, 60% dos médicos dos Cuidados de Saúde Primários e 40% dos médicos hospitalares referem constrangimentos por falta de material.
Mas... “Podia ser muitíssimo pior”.

47% dos médicos oncologistas e mais de 50% dos urologistas referem pressões para não prescreverem terapêuticas inovadoras.
Mas... “Podia ser muitíssimo pior”.

Quase 80% dos médicos internos consideram que a formação médica piorou e mais de 70% dos orientadores de formação referem já não disporem de tempo para formação.
Mas... “Podia ser muitíssimo pior”.

A volta de 60% dos inquiridos reconhece que o abandono das terapêuticos aumentou nos últimos anos (85% na MGF e 69% na Psiquiatria, 51% na Oncologia,..); 57,% refere que os doentes têm faltado mais às consultas.
Mas... “Podia ser muitíssimo pior”.

Os níveis de desmotivação, insatisfação e as dificuldades económicas têm aumentado na classe médica com situações dramáticas que todos conhecemos.
Mas... “Podia ser muitíssimo pior”.

Mas não, não podia ser muitíssimo pior! Podíamos estar numa situação muitíssimo melhor! Não fossem as decisões inábeis e o autismo do Ministério estarem a afetar o sistema de saúde.
Exige-se sempre mais dos mesmos! Mais esforços, mais mérito, mais sacrifícios, mais paciência, mais resiliência.
Mas quando se trata dos governantes não existe a mesma exigência. Para esses o "insuficiente" transforma-se milagrosamente em "muito bom".

As decisões que o Ministério tem tomado são desastrosas para a Saúde, para os Doentes e para os Profissionais. Todos os estudos independentes o tem comprovado.
Tiago Correia, o coordenador do estudo, da-nos conta de uma realidade que conhecemos muito bem porque lidamos com ela no nosso dia-a-dia no documento O SISTEMA DE SAÚDE PORTUGUÊS NO TEMPO DA TROIKA: A EXPERIÊNCIA DOS MÉDICOS.

Já faz parte da nossa cultura: perante a desgraça, achar que ainda temos muita sorte porque poderia ter corrido muito pior.
Vá... este Ministério da Saúde não tem estado à altura das suas responsabilidades mas “podia ser muitíssimo pior”. Podia???

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