Enquanto é tempo...
As economias ocidentais são extremamente dependentes de recursos não renováveis e apesar da aposta crescente nas energias renováveis, as questões de eficiência energética e de gestão da procura são ainda abordadas de forma muito tímida por demasiados países.
Sem targets ambiciosos de redução de emissões nos países desenvolvidos, através da alteração de comportamentos, da generalização de tecnologias limpas e da sua transferência a muito baixo custo para os países em desenvolvimento, muito dificilmente as economias emergentes resistirão a usar as suas abundantes reservas de carvão para responder ao rápido crescimento da procura doméstica de energia.
Em Copenhaga está em jogo muito mais do que um acordo internacional para a redução das emissões de gases de efeito estufa, o que se perspectiva é um confronto filosófico inevitável sobre a interacção entre a espécie humana e o planeta, e os vários povos e os seus descendentes, com consequências profundas e muitas vezes irreversíveis.
A pressão da opinião pública é fundamental para motivar os decisores políticos mais renitentes a assinar compromissos ambiciosos, os únicos que ainda podem ter efeito em tempo útil. Podemos acompanhar aqui algumas das sessões da Conferencia cuja relevância foi muito bem captada na crónica "Enquanto é tempo" de Vital Moreira no Público de ontem.