O cigarro de Bolaño
Como qualquer coala (o Eduardo pôs-me a par da terminologia) que se preze, não li o 2666 antes da tradução. Leio-o, agora, à maneira do desejo de Bolaño: como cinco livros separados. A seguir à Parte dos Críticos, arrisquei a releitura do Primo Basílio; depois de Almafitano, aventurei-me (sou masoquista) na última xaropada de Dan Brown; após a Parte de Fate - e depois de ter espreitado os Crimes -, dediquei-me ao Alienista. O que vale um post é o facto de, entre Partes (Livros), sentir o olhar acusador da contracapa de Bolaño, como que ofendida - como se não tivesse sido ele a outorgar aquela herança, com o raio do fumo daquele cigarro sempre a queimar e que não acaba nunca. Vou-te ler todo, pá, descansa, e depois vou pôr Borges a espreitar por detrás do teu cigarro. A decoração já está combinada - vais ficar bem, a olhar para mim assim que entro na sala.