Ao longo dos últimos 20 anos tem sido a equipa que mais campeonatos tem ganho. É verdadeiramente impressionante! Mesmo com treinadores medíocres o FCPorto consegue campeonatos atrás de campeonatos chegando mesmo a ter margens enormes dos seus adversários directos. O ano passado acabou com mais de 20 pontos de diferença e este ano será, certamente, campeão.
O que se pode dizer? Nada! Tem de se dar a mão à palmatória e admitir que estamos perante um super-Porto, uma equipa que tem uma máquina tão bem oleada que qualquer jogador se torna um craque e qualquer treinador um herói.
Apesar disto há quem continue a insinuar que o FCP domina não só a sua própria máquina mas também a máquina do futebol nacional, que tem tudo controlado. Diz-se mesmo que terá os seus capangas e que muitos desses homens não são propriamente cidadãos exemplares. O seu presidente ad eternum, Jorge Nuno Pinto da Costa, está quase a completar 30 anos à frente do clube e é tudo menos um ser pacífico ou bem-amado fora do clube (há quem diga que até mesmo lá dentro). As suspeições de corrupção são enormes mas em tribunal nada se provou até hoje. Aos olhos da lei e consequentemente de todos os cidadãos, Pinto da Costa é um homem inocente cujos únicos méritos são a competência, a disciplina e a organização. Aos seus pés rastejam empresários e figuras reconhecidas da praça. Por várias empresas e noutros cargos relevantes circulam altos responsáveis do FCP. Há quem fale em promiscuidade, mas num pais tão pequeno e democrático como Portugal este tipo de insinuações são especulativas e até insultuosas! Nunca se provou nada.
Lá fora fazem um brilharete – às vezes – e são bem vistos e até temidos pelos seus adversários. Apesar disso a UEFA achou que o processo em que o clube estava envolvido não poderia colocar a credibilidade do futebol (?) em causa e tentou calá-los na Europa. Mais uma vez ganharam.
O adepto do FCP diz-se bairrista e popular, mas cá fora encontram-lhe traços de sectarismo e novo-riquismo desportivo. A sua agressividade é hoje também conhecida pelo ódio que destila pelo seu arqui-inimigo (o Porto tem inimigos e não rivais) – Benfica – e pela sua imagem de marca, uma claque furiosa chamada Super Dragões envolvida numa série de polémicas, a última das quais no último jogo frente ao Marítimo, na Madeira, quando “alegadamente” roubaram a loja de Cristiano Ronaldo. Do seu discurso fazem parte uma série de chavões que qualquer pessoa mais atenta pode reconhecer: a vitimização, a perseguição e o regionalismo provinciano. Para contrariar isso dizem que são do clube da sua terra, no limite do melhor de Portugal, e que tiveram mesmo de lutar contra tudo e contra todos. Dizem-se invejados e ao Domingo lá vão beijar a mão do Presidente em jeito de agradecimento.
Cada vez mais este Futebol Clube do Porto me faz lembrar o Partido Socialista.
A economia na próxima década vai crescer abaixo dos 1% (tal como, grosso modo, na década anterior). Isto quer dizer que os desempregados de hoje nunca mais terão emprego. Só a partir de um crescimento de 2% é que há criação de emprego, logo, o desemprego vai crescer até aos 10%. Dizem os livros que a partir dos 10% de desemprego iremos ter problemas sociais, com violência nas ruas, aumento de roubos e furtos. Como não temos folga nenhuma, o deficit já vai nos 3,9% - é como parar a água com a palma das mãos. Acresce que a dívida externa já está nos 70%, o que quer dizer que o custo do dinheiro vai aumentar e vai ser mais difícil contrair empréstimos no exterior, o que, por sua vez, quer dizer que os grandes investimentos públicos já foram. Adeus TGV, Aeroporto, terceira ponte sobre o Tejo. Pelo menos nos próximos anos. Estes investimentos esgotariam toda a pequena folga de crédito ainda existente deixando, perigosamente, o fornecimento de bens essenciais à beira da ruptura! Como tudo isto é mau demais o que fazer? Deficit para 7% e dívida para os 100% do PIB! E adivinhem quem vai pagar? Pois é, amigos, comecem a poupar que vem aí a crise!
E, então, a que vem esta lamúria? "Estamos de tanga" dizia o fugitivo. Vamos cair no "Pântano" dizia o assustado. Lembram-se?
Digo eu: Após o primeiro embate em que todos reagiram da mesma forma, segurando o sector financeiro, estamos numa fase em que as coisas começam a ser claras. A liquidez serviu e serve para o sistema financeiro lamber as feridas, pouca chega à economia real. A deflação ameaça. O consumo e o investimento retraem-se. O desemprego é o monstro resultante destas condicionantes. Que fazem os governos?
Obama: Democratas e Republicanos estão de acordo. Investir no apoio directo às empresas que têm um efeito de arrastamento a montante, criando empregos. Escolhe sectores estratégicos para o futuro. Saúde, ambiente e energias alternativas.40% dos 700 mil milhões de dólares em redução de impostos vão relançar estas empresas. O resto do dinheiro é devolvido às empresas e aos indivíduos para aumentar a procura interna. Enfim, a intervenção é directa na economia real, nas empresas de bens e serviços transaccionáveis, nas empresas exportadoras, nas empresas criadoras de emprego. Geograficamente em todo o país!
Economistas e empresários nacionais: Atrair investimento estrangeiro de bens transaccionáveis. Mobilizar os portugueses para consumir o que é nosso. Apoiar as empresas de bens transaccionáveis financeira e fiscalmente. Expandir a procura interna. Melhorar a sustentabilidade dos modelos energéticos e urbanos. Progredir na produção de bens e serviços transaccionáveis. Libertar o Estado do envolvimento das actividades económicas não estratégicas. Reduzir a concentração de investimento em obras públicas. Eliminar os entraves às empresas exportadoras. Rever o programa de investimento público para reduzir as importações e o endividamento. Encorajar as actividades agrícolas e das pescas. Reduzir o IRC para fomentar as exportações e diminuir as importações. Apoiar financeira e fiscalmente jovens empresários com novas ideias e projectos.
Governos da UE: No essencial, aumentar a protecção no desemprego e expandir os apoios sociais aos indivíduos e às famílias. Apoiar fiscalmente as empresas com redução de impostos. Estimular a procura interna!
Governo português: Grandes investimentos públicos, com fraca rentabilidade e nenhum efeito em 2009, no emprego. Aumento da dívida externa e das importações.
Mãe do recruta: o meu filho é o único que vai com o passo certo!
Como se esperava, o BdP veio confirmar as piores previsões. Só confirmar, porque há muito que os empresários que mantêm contacto com as empresas lá fora recebiam essas informações e, bem pior, viam as suas carteiras de encomendas encolherem. Cá dentro, a ordem era gerir expectativas, deixando para o mais tarde possível o anúncio das más notícias. Mas a realidade, mais tarde ou mais cedo impõe-se, e o futuro próximo é negro. O emprego, ou a falta dele, é a prioridade das prioridades. Sabemos que as PMEs representam 70% do emprego. Porque é que esta realidade não se impõe em medidas concretas? Até agora vimos o governo "segurar" bancos e grandes empresas. O investimento que se promete é dirigido às grandes empresas. Decisões vão no mesmo sentido, como é exemplo a bem recente de entregar por ajuste directo as obras públicas até cinco milhões de Euros. É hoje pacífico, para a maioria dos observadores, que as grandes empresas que constituem a coluna dorsal da economia portuguesa há muito que não respondem às necessidades de uma economia competitiva, moderna, aberta ao exterior. São as PMEs que asseguram a produção dos bens e serviços transaccionáveis, que inovam, que competem em mercados abertos, onde a inovação e a competitividade são argumentos decisivos. As grandes empresas nacionais ou operam em quase monopólio ou em quase cartel. Esta "docilidade" leva-nos sempre aos mesmos resultados. Um país pobre e a afastar-se e a divergir da média europeia. As empresas recentemente orgulhosas dos seus imensos lucros e "performances" empresariais estão hoje a pedir a "bênção" do Estado. Como é isto possível, em escassos meses? Porque grande parte dos seus resultados resultavam, não do seu "core business", mas de actividades financeiras! Esta relação Estado/grandes Grupos económicos levar-nos-á, periodicamente" a crises, ao empobrecimento permanente, porque não conseguimos uma economia sustentável, competitiva a nível global. Mas é possível, como mostram sinais aqui e ali, ainda incipientes, mas também já casos de sucesso a nível global. Empresas que trabalham com a NASA! Se alguém dissesse isto há dez anos seria crismado de demente! Investigação científica reconhecida ao mais alto nível científico! Empresas a lançar medicamentos inovadores disputados a preço de ouro nos mercados mais competitivos. E tudo isto foi conseguido com uma política coerente e sustentada nos últimos anos, com apoios específicos por parte deste governo. Ainda só investimos cerca de 1,1% do PIB mas os resultados começam a aparecer. A Espanha investe cerca de 1.2% a Itália cerca de 1.4% para não falar dos países mais fortes. São estes bens e serviços que podemos vender lá fora (e, já agora, que não precisaríamos de comprar lá fora) que pode dar um pontapé na crise permanente em que o país vive há séculos. Entre investir nas empresas de sempre e manter a crise em "incubadoras" douradas, que tal exportá-la?
PS: Claro que os "atentos" de serviço me vão dizer que os mercados que recebem as nossas exportações também estão em crise e não há quem compre. Mas também é claro que se não começarmos a trabalhar já os outros vão chegar primeiro! Aí está uma oportunidade de ouro que a crise nos dá! Mudar a malha da economia, eis o verdadeiro sentido que nos deverá nortear!
Libanesa no Rio. Uma mistura à terceira geração. Olhos verdes, tez branca, estrutura óssea que dá mote à descendência. Pomos do rosto salientes, o que lhe alarga os olhos e nariz pronunciado. Alma dorida. De quem sobe a vida a pulso. Trabalha como guia para pagar a escola privada da filha. Não aceita que um país como o Brasil, que tem tudo, não consiga uma vida melhor para os seus cidadãos. Tem dos políticos uma imagem de gente sem vergonha. Digo-lhe que o Presidente Lula tirou da miséria quarenta milhões de pessoas. Olha para mim como se visse o diabo. Nem pensar, é o resultado de vinte anos de desenvolvimento e que ele abocanha como sendo fruto do seu trabalho. Lula é um vaidoso, nem o Brasil conhece, não sai de Brasília e do ar condicionado e, quando sai, é para ir para a Europa mostrar-se. Atrasa o Mercosul para guardar o lugar para si. Chavez, que na sua opinião, envergonha toda a região, não diz uma palavra sem se aconselhar com Lula. Faz de bobo da corte enquanto Lula o papel do grande estadista. Digo-lhe que nem acredito no que me diz. Lula, não é a alma do Mercosul? Vai ser mas ao ritmo que lhe interessa. Não há saída para a região fora do Mercosul. Para acabar de vez com ditadores, golpadas e humilhações. A política dos US na região foi sempre a de dividir para reinar. Encontra sempre quem esteja disposto a fazer o papel de criado. No quadro do Mercosul estas coisas não acontecem. Conservadora, tem uma enorme admiração pela família real portuguesa, cujos descendentes são pessoas de trabalho e grandes brasileiros. Despede-se de mim sem ponta de emoção. Mais um trabalhista...
Rumo a sul, rumo às neves que já foram eternas. O imenso glaciar, de um azul transparente (dizem-me que a cor é o efeito da refracção da luz), recuou dezenas de quilómetros nos últimos anos. Efeito do "efeito de estufa". O aquecimento global, pese embora estarmos a milhares de quilómetros dos conglomerados humanos, faz tremer o gigante. Grossas fatias caem, num ritmo que não abranda, com fragor, agitando as águas frias e transparentes da baía. Os barcos, cheios de turistas deslumbrados, balançam com a agitação da água, com as ondas que se formam com o cair do gigante. É belo e terrível. O desenvolvimento económico que nos deu o bem-estar que gozamos está a pôr em perigo o equilíbrio do planeta azul. Jamais esquecerei a famosa fotografia tirada pelos astronautas americanos. A terra bela, esplêndida, a flutuar no escuro celestial. Percebe-se que há ali vida, essa mesma vida que vamos destruindo com a nossa proverbial falta de senso. Que mundo vamos deixar às gerações futuras?
Fugimos do vento agreste, a norte, à procura da vida selvagem. As baleias. Estes enormes animais curiosos e pacíficos (alguns de nós estiveram a menos de um metro da mãe baleia e do seu filhote). O jovem biólogo chama-nos a atenção para a serenidade dos animais. Não há pingo de ferocidade. Como é que nos contaram aquelas histórias heróicas dos baleeiros a lutar até à morte? O animal só reage depois de ferido, de arpoado, acção muito fácil de executar como se vê. Os animais estão ali à mão, pacificamente. Brincam, passando de um lado ao outro por baixo do barco que balança como casca de noz. Se quisessem, num só golpe punham-nos no fundo da baía.
Jovens biólogos, normalmente casais, vieram viver para estes sítios inóspitos, belos e afastados de tudo. Vivem com paixão e tristeza o ruir destes santuários de vida. Tentam que todos os que os visitam saiam dali com uma visão real do admirável mundo que estamos a destruir. Vamos a tempo se começarmos já?
Aterrei no Rio e tinha à espera dois violinistas (rascas). Um pobre homem entre o aparvalhado e o cómico esperava a esposa. Com música. Deu para ver que a sonoridade não era a melhor e que o ambiente era muito pobre. Comparado com a Portela aquilo não passa de um barracão internacional. De aeroporto tem as duas excelentes pistas de 3000 metros cada o que lhe permite receber cada vez mais aviões. Aqui, quem quis um aeroporto novo foi inviabilizando o actual construindo enormes torres de habitação junto da pista. E construindo sempre óptimas instalações aeroportuárias para deitar fora mais tarde. Adiante.
Já na cidade "os condomínios" apertam o coração. Aquela é, na verdade, a cidade do futuro. Casas e pessoas atrás de grades. Um "gorila" em cada porta. O táxi tem que ser chamado pelo hotel. O destino previamente conhecido não vá o diabo tecê-las. Gente em grandes carros e grandes restaurantes. Não há meia forma. O contraponto são as prostitutas, quase crianças, os mendigos, o pequeno comércio em toalhas estendidas no chão. Não há classe média. Entra pelos olhos a falta de gente que não ande protegida. Pensei muito em Olof Palme, o homem bom e o político sábio que percebeu como ninguém e antes de todos a importância da classe média. Dizia ele, que as grandes jogadas (como no futebol, acrescentava) fazem-se no meio, ao centro. Pai da social-democracia e socialismo democrático, enquanto governo, deixou-nos as mais equilibradas sociedades do nosso tempo. Ele percebeu que uma sociedade que só tem ricos e pobres seria uma sociedade injusta e, pior do que isso, perigosa. Tão perigosa que ele próprio foi assassinado numa rua da sua terra, por alguém que nunca foi apanhado. Quem, tão poderoso, está na sombra deste assassínio executado há mais de vinte anos, e que sempre conseguiu fugir à polícia? É possível que tenha sido um qualquer desgraçado louco a fazê-lo?
A quem agrada ser rico numa sociedade destas? Sair de manhã com a família protegida por gente contratada para o efeito. Não seria bem mais sensato partilhar essa riqueza em esquemas de distribuição sociais, apaziguar rancores e miséria? E, no entanto, o que vemos é o mais desavergonhado ataque ao Estado Providência que tem mantido tanta gente, durante tanto tempo, com níveis de bem-estar e em paz nunca conseguidos antes. Depois Buenos Aires, com grandes avenidas e grande miséria. Roubos em plena rua e no hall do hotel são uma constante. Ali, do outro lado do Rio, Sacramento, uma cidade Portuguesa, de ruas com paralelepípedos, casa de rés-do-chão, telhas lusas, nomes de portugueses. Uma jóia. Um almoço que jamais esquecerei. A três horas, Montevideu e a sua bela baía. Sigo para o Sul e para o interior. Países continentes, grandes planícies, rios impressionantes, florestas pujantes e verdejantes. É bem verdade. O que vale a pena sempre cá esteve.
O Sr Presidente da República vetou a lei do divórcio. Os partidos políticos chamaram ao novo regime do divórcio, lei do divórcio. Os jornais, a televisão e a imprensa em geral (ainda não percebi porque carga d'água rádio e televisão são imprensa) continuam a clamar pela lei do divórcio, uns contra outros a favor. Na blogosfera discute-se assanhadamente que ... porque tal ... e coiso ... ai ... que não querem que as pessoas se divorciem ... ou pelo contrário que o divórcio fica um contrato a prazo. Resumindo, todos andam muito preocupados com aquilo que pode acontecer a adultos, capazes de consentir, caso queiram, ou não queiram, divorciar-se. Todos acham que vão surgir umas pobres pessoas vitimadas pela lei actual ou pelo novo regime. Porém, e eu não me conformo com isto, será que alguma destas cabeças pensantes terá efectivamente lido os documentos todos? É que, não devem ter reparado ainda mas, metade do texto da alteração legislativa refere-se às responsabilidades parentais.
O Presidente "faz de conta" que não deu por isso, os partidos fazem de conta que não deram por isso, a ordem dos advogados, a imprensa e até na blogosfera, a jornalista Fernanda Câncio invectivando, muito bem, contra o veto presidencial – sempre tão atenta e com análises profundas dignas do melhor jornalismo que por cá se faz – "faz de conta(?!?)" que não deu por isso. O texto aprovado na Assembleia da República vem rectificar uma situação profundamente injusta e dar o primeiro passo no sentido de as crianças terem direito ao pai e à mãe em caso de separação. O texto, repito, muda o termo "Poder Paternal" para "Responsabilidades Parentais" retirando do ordenamento jurídico essa expressão medieval, rural e sexista. Ao mesmo tempo o novo regime preconiza que ambos os progenitores devem estar o mais próximo possível dos filhos, mesmo em caso de separação, plasmando na lei o regime de guarda conjunta como regime obrigatório (salvas algumas, raras, excepções). Como membro de uma IPSS e parceiro social, tive o privilégio de poder discutir com todos os grupos parlamentares as questões relativas às responsabilidades parentais. Fiquei abismado pelo facto de estar a dar novidades aos srs deputados – que nos receberam sempre bem e com um interesse que, pelo menos no que se via, parecia genuíno – ninguém tinha pensado ainda, de tão preocupados que estavam com o divórcio, nas consequências benéficas desta alteração legislativa, mais uma vez, lá estavam todos preocupados com as contas dos divorciados e com todas as questões de sexismo, conservadorismo, religião, etc etc. E as crianças Senhor? ("porque lhes dais tanta dor?" como dizia o poeta Augusto Gil) Eis, assim, um assunto que apaixonou a opinião pública e em que o mais importante passou completamente ao lado a toda a gente. Adultos capazes de consentir que se cuidem, digo eu, ao contrário de toda a gente. Dos menores temos todos nós que cuidar, não só porque são o futuro de Portugal, porque também é hoje que, formando os homens e mulheres de amanhã, faremos deste país um lugar melhor, ou pior, para se viver. Mas as crianças não dão polémica, não servem para fazer chicana política, não votam enfim. No fim serão as crianças que hoje vocês maltrataram, pela via da chicana política, que, quando crescerem, vos assaltarão os carros, vos violarão as filhas e que encherão o, depauperado, sistema de saúde de pedidos de consultas de psicologia. Vocês estão a roubar-lhes um dos pais. Do direito ... Fiquei a saber que a disposição transitória no que respeita aos processos pendentes foi feita à pressa porque algum jurista presente nas comissões de especialidade lá se terá lembrado ... "Errr.... e a disposição transitória?" .... "Não se aplica aos processos pendentes" pronto(s)! Esqueceu-se, neste caso, o legislador e o sr jurista que os processos relativos às responsabilidades parentais só deixam de estar pendentes com a maioridade da criança (repare-se no disposto no artigo 292.º do CPC [aplicável aos processos de jurisdição voluntária, ex vi artigo 463.º/1 do CPC], que considera renovada a instância nos casos ali previstos, onde se pode incluir a regulação do poder paternal). Ou seja, um processo que seja regulado quando a criança tem 1 ano de idade manter-se-á regulado pela lei actual, na melhor das hipóteses, durante dezassete anos, ou, na pior das hipóteses, durante até 25 anos. Resta-me levantar aqui a questão. Quando daqui a 20 anos se queixarem da juventude mostrar-vos-ei este texto.