sobre a melanina e outros assuntos a talhe de foice
“O senhor está a precisar de sol, não está?”, foi a frase do dia, uma espécie de sentença inaugural de verão, receção de boas vindas ou veredito Omo, ouvida hoje de manhã na papelaria aqui da terra. Várias respostas passaram-me pelo espírito, dizer-lhe que sim, confirmar que tinha acabado de chegar ou, ainda, preparar um testamento contando as minhas desventuras dos verões passados, nomeadamente o último, dizer que há aproximadamente dois anos que não apanho sol que se veja, o que me transformou num ser idêntico ao que alguém aqui no blog chama de “lula anémica”, enfim, coisas pessoais e profissionais, peripécias enfadonhas que a simpatia da senhora, por trás dos óculos grossos, não merecia. Fiquei-me por um sorriso e por um assentimento, sim, sim, preciso, é verdade, vou tratar disso. Era o bastante.