«O Estado dá à Igreja mais de 5 mil milhões de euros por ano através de apoios a escolas católicas e à sanidade, de isenções fiscais e do «oito por mil» [o contribuinte pode doar 0,8 por cento dos seus impostos a entidades religiosas. Não especificando a instituição ou escolhendo o Estado, uma percentagem vai na mesma para a Igreja]. É uma violação do Direito Civil. O italiano, mesmo não querendo, é obrigado a financiar a Igreja, que é quase uma holding: recebe todos os anos o mesmo dinheiro que a Itália dá agora para ajudar a Grécia. Em Itália, a Igreja custa mais do que a classe política.» in Visão, reproduzido aqui.
Embora esteja demasiado aborrecido para escrever um post sobre o assunto do dia e apesar de todas as razões que me ocorrem para a escolha do timing da decisão me deixarem ainda mais zangado, não posso deixar de dizer umas palavras, em forma de exigência.
O que eu exijo - de exigir - é que Cavaco se explique, que diga de uma vez (já o devia ter feito) se sabia ou não sabia. E se não sabia qual a desculpa para não saber. Não pode é insinuar à sexta (com aquela da falta de ingenuidade - dele e da jornalista) o que insinuou e despedir à segunda. O que é que aconteceu nestes três dias? Que Cavaco, no seu interesse (coisa que não me interessa), não podia tomar esta atitude depois das eleições é óbvio - seria crucificado -, e até admito que não tivesse elementos para a tomar em Agosto. Eu quero apenas conhecer a razão de Cavaco ter despedido hoje o assessor de 25 anos. Só isso. E, como já perdeu o argumento de não querer imiscuir-se na campanha, terá que o fazer amanhã. É que um Presidente - e este em que votei - não serve para fazer o controlo dos danos do seu umbigo, mas dos do país.