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Debate Sócrates vs Ferreira Leite: de Espanha nem bom vento nem bom casamento - mas da madeira sim

Segundo Ferreira Leite, Alberto João Jardim (ao encabeçar a lista de deputados pela Madeira) não se está a candidatar a dois lugares ao mesmo tempo, uma vez que o lugar de presidente do governo regional da Madeira não é um lugar electivo, ergo, Jardim, apesar de já ter declarado ficar na Madeira, não é um falso candidato. Se assim fosse, de acordo com a senhora da política da verdade, "também um de nós [JS e MFL] é falso candidato porque um de nós será PM". Ou seja, de acordo com MFL, Jardim é tão obviamente falso (candidato), que é verdadeiro - pois se toda a gente sabe que ele sempre foi cabeça de lista. Não perceberam? Eu também não.  De resto, isto nem sequer chega a ser ideia peregrina. Isto é quando um e um são três. Mais, isto é fazer de nós parvos.

  

"Eu não estou aqui para defender os interesses dos espanhóis, eu estou aqui para defender os interesses dos portugueses".

Esta "coisa" à la Manuel Monteiro, preferida por Ferreira Leite a propósito do interesse dos espanhóis em entrar com o TGV por Portugal adentro, quase que se auto-comenta. Ainda assim, avanço - à laia de desabafo - com uma aposta:  se o PSD ganhar as eleições, a suspensão do TGV não durará 9 meses. E a MFL tem (tinha) o dever de o dizer - de ser sincera. A Europa não pode parar em Badajoz. Aliás, MFL, com todos os - no seu dizer - "meros" acordos de princípios que assinou quando esteve no Governo, a esse propósito, sabe-o bem.

 

O resto do debate foi a caça ao indeciso. O resultado não foi estrondosamente óbvio (desde logo porque não estou indeciso e custa-me entrar nessa pele), mas parece-me que MFL, apesar de ter feito o seu debate menos mau, mostrou que não está preparada para conduzir Portugal. E, menos ainda - o discurso a propósito do TGV mostra-o bem -, para conduzir Portugal na Europa. Um Primeiro Ministro tem que saber o que diz. Esta espécie de guerra declarada aos espanhóis, espécie de afronta pateta ao urgente iberismo - à laia de "orgulhosamente sós" -, mostra bem que MFL vive noutros tempos.

 

As cartas estão lançadas, vamos a votos.

(também no SIMplex)

 

Sócrates vs Jerónimo: uma forma diferente de politicar

O debate de hoje foi incomum. Não houve manigâncias notórias, a coisa soou a conversa de café. Jerónimo esteve bem, não entrou com falta de ar, nem o ar lhe faltou durante a troca de ideias - nada semelhante a um Portas com respiração incompleta. Ousou até ir além da mítica k7. Sócrates esteve praticamente perfeito. O estilo "ó Jerónimo de Sousa, confesse lá, que ninguém nos ouve", assentou-lhe muito bem. E as respostas (confissões) serviram-lhe. E ao país. Não porque encomendadas, mas porque Jerónimo, "olhos-nos-olhos", foi incapaz de negar, de forma audível, a valia das políticas sociais do Governo. A postura de Sócrates em relação ao caso TVI foi esclarecedora: a decisão, questionável, não lhe pode ser imputada. E Jerónimo, que parece trabalhar com factos e provas, não se fez Louçã.

Este debate não se ganhou - dum lado e doutro ter-se-ão ganho votos, sim, mas a partidos ausentes.

 

(em estéreo no SIMplex e no Eleições 2009)

Sócrates vs Portas: votou ou não votou?

Estes pequenos debates, como toda a gente reconhecerá, não esclarecem praticamente nada. 45 minutos são manifestamente insuficientes para qualquer coisa que pretenda ir além da mera tentativa de produzir um ou outro sound bite que fique no ouvido dos indecisos. Partindo deste pressuposto, parece-me que o resultado do "debate" de hoje se saldou por uma vitória tangencial de Sócrates, com Paulo Portas a marcar um golo na própria baliza.

O "debate" começou com Sócrates a não conseguir esconder alguma irritação com a entrada demagógica de Portas - à Portas. Como ambas as coisas eram naturalmente expectáveis - a sensibilidade à demagogia e a demagogia -, está visto que o "debate" começou com Sócrates a dançar a música de Portas. Também não percebi que raio pretendeu Sócrates quando repescou, naquele contexto, a estória do Iraque. Podia ter falado em tripas à moda do Porto que o efeito era o mesmo.

No entanto, Portas - sobrestimando-se e fazendo o inverso a Sócrates - teve a infeliz ideia de se atrever a entrar na política dos factos tal e qual. E aí deu-se o sketch do "Votou ou não votou?". Sócrates, percebendo o que o adversário lhe tinha dado de bandeja, não largou mais o osso. Visto de fora, passou claramente a ideia de que Portas foi apanhado em falso. E como Sócrates - rato - pisou algumas vezes a ferida (com a ajuda - ainda - das mal sucedidas tentativas de Portas em explicar-se), acabou por se verificar um muito ligeiro desequilíbrio final.

Como debate, e colocando-me na pele do indeciso que precisa de ser esclarecido - "esclarecido" -, a coisa valeu pouco mais que nada. Esclareceu nada, valeu zero. Para quem goste da peleja pela peleja, e vote por aí - por estes arremedos de disputa de ideias, impostos pelos tempos e por outros fenómenos -, Sócrates ganhou à tangente. De resto, nem precisava. Um mero empate bastaria.

O que hoje se passou é a prova de que dois debates, de 90 minutos cada, entre os dois candidatos a Primeiro-Ministro, teria sido a solução ideal. Mas Manuela Ferreira Leite - no lugar dela faria o mesmo - parece que não quis. Restam-nos estas coisitas de fundo negro.

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