Dada a conjuntura actual na Irlanda, nada apaziguada pela me(i)a-culpa papal, parece muito provável que a famigerada lei da blasfémia caia sem problemas no referendo que se aproxima. Mas essa mesma conjuntura não impediu Johanna Higgins, membro da Associação de Advogados Católicos da Irlanda, de efabular um cenário escatológico que será consequência certinha da alteração constitucional, que afasta o catolicismo dos desígnios jurídicos do país
Há pouco mais de um ano, o penitenciário-mor cardeal James Francis Stafford escreveu um decreto em que proclamava que «O homem, ao ter caído no pecado original, que o privou dos dons quer sobrenaturais quer preternaturais» «está submetido às doenças e aos sofrimentos que as seguem», sofrimentos esses «que têm índole penal».
Declarações ainda mais extraordinárias foram proferidas há dias pelo dirigente da Penitenciaria Apostólica que profetizou que os próximos 4 anos sob a presidência de Obama, que epitetou de «aggressive, disruptive and apocalyptic», serão similares às agonias de Cristo no jardim das Oliveiras .
«For the next few years, Gethsemane will not be marginal. We will know that garden. On November 4, 2008, America suffered a cultural earthquake.»
O penitenciário-mor disse ainda que os católicos devem estar preparados para «hot, angry tears of betrayal».