Os filhos-da-mãe e os filhos-da-puta
- Um erro do espanhol na rede dá o 40-15 a Gil, que assim dispõe de um duplo match-point
- Garcia Lopez salva o primeiro...
Como em tudo na vida, também assim é nos desportos. Uns são filhos-da-mãe, outros são filhos-da-puta. Hoje, o maior feito de sempre da história do ténis português, porque em desporto filho-da-puta, foi relegado para secundaríssimo plano. O futebol, confesso, nunca foi bem a minha praia (não distingo um 4-4-2 de um 4-3-2-1 – nem sei se este existe). Por causa da clubite – de que padeço –, interessam-me basicamente os resultados, como quem diz: à excepção de alguns jogos – poucos (relativamente, tendo em conta a quantidade que nos é enfiada diariamente pelos olhos) –, vibro essencialmente com a matemática dos pontos. Mutatis mutandis à culinária, seria como se me interessasse por restos. Nunca assim foi no ténis, desporto do qual, por preguiça e obrigado pela ditadura do pontapé na bola, me deixei afastar. Hoje, mais do que amanhã – a não ser que o Rio Ave e o Nacional façam do Braga campeão –, fez-se história. Frederico Gil foi o primeiro português a atingir a final do Estoril Open, que por acaso é em Oeiras. A final é amanhã. Se Frederico Gil ganhar não há resultados futebolísticos que superem o feito. No futebol, há aqui e ali um Maradona, no ténis os Maradonas surgem em todos os jogos (lembro-me, a propósito, de uma fantástica revienga – lá está a ditadura – de Rui Machado, ontem).