million vote baby
Manuel Alegre quebrou o tabu. Entre afrontar novamente o PS e ser o candidato do PS, Alegre decidiu ser o candidato do Bloco. Apostado em perder as eleições, o million vote baby, de forma não inocente, decidiu avançar no exacto momento em que sabia que não poderia recolher o apoio imediato do PS. Não contente por já ser – a decência obriga e ele sabe-o − o sapo a engolir, Alegre, ao combinar uma desgarrada de amigos com o Bloco, decidiu engordar o batráquio − o simples facto de ter oficializado a sua disponibilidade a meio das negociações para o OE faz jus ao seu recente e inesquecível passado político. À laia de "eu sou o vosso pior pesadelo e vocês não têm outro remédio senão apoiar-me", Alegre preferiu a poesia à prosa, a derrota à vitória. E assim, com ou sem o apoio de Sócrates, Alegre presenteou-nos com mais 5 anos de Cavaco. Sócrates agradece a anunciada e doce derrota − o que não tem remédio remediado está −, que entre um Cavaco-Cavaco e um Alegre-sabe-Deus, venha o primeiro. No que me toca, até ajudaria a minimizar a derrota de alguém mais prezável. Não de Alegre. Até arrisco uma previsão: naquele dia estará um belo dia de praia.
Nota: este post é publicado em simultâneo no Homem-Garnizé, espécie de arquivo da minha Marmeleira. Doravante, nem todos os posts serão em stereo e nem todos os stereo serão em post (isto não faz sentido, eu sei, mas gosto da sonoridade). A origem deste meu blog a solo será oportunamente, e de forma empolgante, explicada por Hugo Chavez. No que me toca, a coisa é simples: apeteceu-me ter um blog-rascunho, pleno de anonimato rafaelmarqueziano, em forma de bloco de notas.