O "meu" 11 de Março de 1975
O dia começou normalmente. Apanhei a camioneta do colégio à hora certa no local de sempre. Chegada ao colégio, lá me arrastei para as aulas a sonhar como “toque” do intervalo ( a campainha mais melodiosa que ouvi até hoje).
O colégio ficava no Campo Grande, paralelo à segunda circular, bem perto da celebre Churrasqueira e perto do Magriço, onde fugidas à vigilância e pela porta da lavandaria saíamos à socapa para namorar os rapazes do São João de Brito e do Manuel Bernardes (no meu caso, confesso, sempre mais interessada nas bolas de berlim e nos folhados de carne)
A proximidade do aeroporto tinha-nos habituado a não ouvir o constante vai vem dos aviões. As aulas decorreram durante anos entre partidas e chegadas e em momentos de tédio (que geralmente me assolavam nas aulas de matemática) eram uma distracção. Várias vezes dei por mim, na parvoeira dos meus catorze anos, a contar a aviões.