Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

jugular

Outra vez, mas no Parque Eduardo VII: foi hasteada a bandeira monárquica

Um dos promotores da iniciativa, que solicitou o anonimato, disse que a bandeira monárquica foi ali colocada a meia haste, durante a madrugada, como prova do «estado da nação». Estranho o anonimato:  nada tema, senhor anónimo. Mais adiantam que o país "nunca esteve tão desalentado como agora, quando se comemora o centenário da República". Nunca. É pensar nos séculos de história de Portugal, nos horrores que já se viveu, mas não, nunca. Nunca, como agora. E uma coisa é certa: problemas como o défice, a estagnação da economia, o desemprego, a pobreza, seriam resolvidos com a restauração da monarquia. Sim, com um Rei, imagine-se, e com o fim do princípio de liberdade que me leva a poder escolher quem eu quero para chefe de estado, venha ele, ou ela, de onde vier, sejam quais forem as suas origens. Um rei e, depois dele, o seu filhote ou filhota, mesmo que seja um idiota chapado, porque o sangue é que conta.

Mas respeitemos as convicções de cada um.

Bonito é roubar a bandeira republicana e colocar, no seu lugar, a bandeira monárquica. E no Parque Eduardo VII.

Um parque assim baptizado em honra de Eduardo VII, de Inglaterra, famoso pelas suas  infidelidades conhecidas e toleradas pela obediente esposa, um verdadeiro playboy, o que me parece indiferente, mas que é o retrato tão actual da queda dos valores conservadores que as monarquias europeias pretendiam e pretendem hipocritamente representar.

Já o Parque Eduardo VII, rapidamente "desligado" de quem lhe deu o nome, é um belo local para hastear a bandeira monárquica. Ele pretende, no seu projecto urbanístico, "prolongar" a Avenida da Liberdade e no topo encontra-se um monumento, de gosto altamente discutível, mas que em todo o caso é o Monumento 25 de Abril.

Estes monárquicos são tão patuscos.

Silly Season

 

 

No dia 25 de Agosto de 1835, faz hoje 174 anos, teve início a publicação de uma série de 6 artigos, conhecidos como o grande embuste lunar. Este embuste, muito provavelmente perpretrado por Richard Adams Locke, preencheu o léxico do imaginário dos nova-iorquinos durante a última semana de Agosto de 1835 e catapultou as vendas do New York Sun.

 

O Sun pretendia reproduzir, em suaves prestações, o suplemento do Edinburgh Journal of Science em que Sir John Frederick William Herschel, um reputado astrónomo inglês, relatava a «descoberta» de vida na lua . De acordo com o Sun, essa descoberta teria sido possível devido ao desenvolvimento de um telescópio tão poderoso que permitiria estudar «até a entomologia da Lua, no caso de esta ter insectos à sua superfície». O artigo indicava que o astrónomo teria encontrado vida inteligente na Lua, na forma de homens-morcego que adoravam uns quaisquer deuses «falsos» nos templos que construíam. Não é assim de espantar, que, segundo notícias da época, esta revelação bombástica tenha dado origem a uma colecta de dinheiro com o fim nobre de enviar missionários para a Lua salvar as almas dos pobres pagãos lunares.

 

Não sei se esta foi a origem do termo silly season aplicado aos muitos dislates que fazem notícia na imprensa nesta altura do ano e que este ano, em particular com a pseudo-história das escutas presidenciais, atingiram em Portugal os limites do credível. Mas, ao olhar esta caixa de comentários, percebo o apelo da silly season para alguns leitores. Percebo igualmente que, mesmo sem notícias falsas mas com muito enviesamento de confirmação, quaisquer notícias serviriam para esses mesmos leitores se devotarem à galante tarefa de salvação de homens-morcego sortidos...

Arquivo

Isabel Moreira

Ana Vidigal
Irene Pimentel
Miguel Vale de Almeida

Rogério da Costa Pereira

Rui Herbon


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Comentários recentes

  • Anónimo

    The times they are a-changin’. Como sempre …

  • Anónimo

    De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...

  • Anónimo

    De acordo, muito bem escrito.

  • Manuel Dias

    Temos de perguntar porque as autocracias estão ...

  • Anónimo

    aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D
  235. 2007
  236. J
  237. F
  238. M
  239. A
  240. M
  241. J
  242. J
  243. A
  244. S
  245. O
  246. N
  247. D

Links

blogs

media