Pedro Passos Coelho, o décimo oitavo

Agora que o PSD se definiu (formal e brutalmente — 61%?), lamento, francamente e sem ironias, que Pedro Passos Coelho não tenha lugar no Parlamento — esse é o principal legado que Manuela Ferreira Leite deixa ao partido, o de ter impedido que o actual presidente (e óbvio, mesmo que visto do passado remoto de há 6 meses) seja deputado e tenha agora de se digladiar no Parlamento por interposta pessoa. Manuela Ferreira Leite e o respectivo abrupto intérprete abrupto — um sempre vencido e saudoso do que que nunca há-de vir (como um corte de barba e cabelo?) — vingaram-se por antecipação, em forma de vitória de pobres Pirros.
Quanto a este novo PSD — palermices de campanha à parte —, espero que deixe de parte a política de terra queimada a la bloco de esquerda e comece a pensar em ser uma verdadeira e urgente oposição (em democracia, a oposição é sempre urgente). Hoje, no discurso de vitória, notou-se uma espécie de regresso à terra. Mas, como é natural, discursos extremados de campanha e discursos serenos de vitória valem o que valem — aguardo para ver se Segunda-Feira a cabeça de Pinto Monteiro continua a ser pedida.
Uma palavra para os 3% de Aguiar-Branco: certamente, a questão do voto útil não terá sido estranha a tão humilhante resultado, mas, ainda assim, é bem revelador do estado do partido que Manuela Ferreira Leite perpetra a Pedro Passos Coelho.
Se pudesse, a esta distância, dar um conselho a Pedro Passos Coelho, dir-lhe-ia para ter cuidado com as companhias, mas a figurinha que o emplastra na foto acima não augura nada de bom ao meu parecer.
Por último, e contra a minha ingenuidade falo, é bom saber que, mesmo dentro do PSD, ninguém leva Alberto João Jardim a sério.
(também neste arquivo de coisas)