João Pinto e Castro
http://jugular.blogs.sapo.pt/3380521.html
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A minha recensão de O Capital no Século XXI, de Thomas Piketty, hoje no Público (n.b. que a versão online é bastante maior, e portanto mais interessante, do que a versão em papel):http://www.publico.pt/economia/noticia/thomas-piketty-e-o-capital-no-seculo-xxi-1636132
O descaramento e a mitomania de Durão Barroso são simplesmente colossais.
Há um curto aforismo de Nietzsche que diz assim: “Também o mais corajoso de nós só raramente tem coragem para aquilo que ele sabe...” Sabemos muitas coisas com as quais temos uma particular dificuldade em confrontar-nos. Sobretudo quando escrevemos, tendemos a mantê-las à distância e, pior, a criar (sem nos apercebermos disso) um discurso que visa mantê-las à distância: justificações, histórias, falsas memórias, pequenas omissões, simplificações, auto-embustes, auto-estilizações — tudo nos serve para não escrevermos sobre aquilo que “sabemos”. Por vezes é a simples preguiça mental que nos impede de tentar pensar e clarificar as coisas que são realmente importantes para nós, e por isso as mantemos à distância. Admiramos, por outro lado, as pessoas que fazem o contrário disso. Como Nietzsche, por exemplo — ou como Marco Aurélio, que, por razões que não vêm ao caso, dei por mim a reler recentemente. Não me lembrava de todo como é espantoso logo o primeiro livro das Meditações! Marco Aurélio faz um longo agradecimento às pessoas que foram, para ele, um exemplo vivo dos valores que acabaram por tornar-se os seus. Agradece, por exemplo, ao seu tutor por lhe ter feito ver a importância de fazer orelhas moucas às falsas acusações e à maldicência; a Apollonius por lhe ter ensinado a não procurar saber outra coisa senão de que lado está a razão; a Maximus, a boa disposição na doença, entre várias outras coisas; ao seu pai adoptivo, a descrença na superstição; a Severus, o ideal de uma constituição com uma só lei para todos, desenhada com base no princípio da igualdade e da liberdade de expressão, bem como de um poder soberano que estime, acima de tudo, a liberdade daqueles que são governados. (Lembro-me muitas vezes do meu espanto adolescente quando, em 1985, durante a campanha eleitoral, Mário Soares se auto-definiu solenemente como “laico, republicano e socialista”. Eram estes os valores que era suposto que eu tivesse, era isto que, no fundo, era suposto que também eu fosse — e que na verdade já era sem o saber.) Não sei ainda bem o que irão ser as minhas contribuições para este blog. Mas espero ter, pelo menos, alguma coragem para escrever com honestidade sobre sobre aquilo que “sei”... — pois são assim as outras pessoas que aqui escrevem, e que já há algum tempo conheço.
Rogério da Costa Pereira
Rui Herbon
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The times they are a-changin’. Como sempre …
De facto vivemos tempos curiosos, onde supostament...
De acordo, muito bem escrito.
Temos de perguntar porque as autocracias estão ...
aaaaaaaaaaaaAcho que para o bem ou para o mal o po...